DESCORTINANDO O PASSADO E VOLTANDO AO “CAMINHO” 


Nº 7 - SHABAT: SINAL DA ALIANÇA ETERNA  

ÍNDICE


O Conteúdo a seguir foi extraído integralmente do livro Judaismo Nazareno de Tsadoque ben Derech, das páginas 177 a 211 e 598 a 601 da versão digital do livro com distribuição permitida pelo autor. 


PARTE 1
I - INTRODUÇÃO
II - O SHABAT NO TANACH
III - YESHUA E O SHABAT
IV - OS TALMIDIM E O SHABAT

V - FALSOS ARGUMENTOS A FAVOR DO DOMINGO
VI - PEQUENO HISTÓRICO DA SUBSTITUIÇÃO DO SHABAT
VII - A IGREJA CATÓLICA CONFESSA O CRIME
VIII - PROTESTANTES QUE DESCOBRIRAM A VERDADE

IX - CONCLUSÃO SOBRE O SHABAT 

I - INTRODUÇÃO

Atualmente, a maioria dos cristãos possui a equivocada visão de que o shabat (sábado), instituído pelo ETERNO no Tanach (Primeiras Escrituras), deixou de ser o dia de YHWH, sendo substituído pelo domingo. De fato, a grande massa de cristãos cultua o ETERNO no domingo, pois pensam os fiéis que Yeshua ressuscitou neste dia, razão pela qual houve a abolição do shabat (sábado). Conforme será analisado, este ideário cristão é manifestamente contrário às Escrituras, tanto do Tanach quanto da B’rit Chadashá (Aliança Renovada/ “Novo Testamento”).

No Tanach (Primeiras Escrituras), existem 86 versículos sobre o shabat e nenhum sobre o domingo. Na B’rit Chadashá, existem 55 versículos sobre a guarda do shabat (sábado) e nenhum sobre a guarda do domingo. Ou seja, no total da Bíblia, temos 141 versículos acerca do shabat, e nenhum sobre a santificação do domingo.

Investigar-se-á o tema sub examine à luz das Escrituras e será devidamente comprovado que o shabat (sábado) foi e sempre será o dia do ETERNO. Posteriormente, serão perscrutados os argumentos daqueles que defendem o domingo como dia substitutivo do shabat e, por fim, ocorrerá uma breve exposição histórica acerca da ilegítima e ilegal modificação do shabat pelo domingo.

Recomenda-se que o leitor não simplesmente estude o tema, mas que busque o ETERNO em oração com o coração sincero para descobrir a verdade. Não ouça a opinião dos homens, sensibilize seu ouvido espiritual para ouvir a voz do Pai por meio de sua Palavra.

II - O SHABAT NO TANACH

No primeiro capítulo das Escrituras (Gn 1), há a narrativa da criação do mundo e de tudo que nele há. No sexto dia o ETERNO criou a humanidade à sua imagem e semelhança, criando o macho e a fêmea (Gn 1:26-31). 

Afirma o Texto Sagrado:
“Assim, os céus e a terra foram terminados, com tudo o que há neles. No sétimo dia, ELOHIM terminou a obra que ele fez; portanto, ele descansou no sétimo dia de toda a obra que realizou. ELOHIM abençoou o sétimo dia e o separou como santo, porque, nesse dia, ELOHIM descansou de toda a obra que criou, para que ela pudesse produzir por si mesma.” (Bereshit/Gênesis 2:1-3).

Vê-se que desde a criação do homem e da mulher o ETERNO santificou o sétimo dia (shabat/sábado) e o considerou como dia sagrado, separado, ou seja, o dia em que o ser humano deveria se abster de toda a atividade secular e consagrá-lo ao CRIADOR, louvando-o, adorando-o e exaltando-o. Se é verdade que o homem deve viver todos os dias na presença de YHWH, mais verdade ainda é que existe um dia sagrado instituído pelo SENHOR DO UNIVERSO. Ensina o rabino Matzliah Melamed: 

“Antes de formar, no sexto dia, o homem, o ser mais importante da Criação, Deus preparou-lhe o máximo de conforto e felicidade. O sol, a lua e as estrelas para iluminar o seu caminho; as flores para gozar de seus perfumes; os pássaros para entoar-lhe os seus cânticos harmoniosos, e todos os bens da terra para desfrutar deles segundo o seu desejo.
Faltava dar-lhe o exemplo do Shabat (sábado), o dia em que deveria dedicar-se ao repouso do corpo e da alma, ao regozijo e à elevação do espírito. (...).

A observância do Shabat é o sinal que testemunha que o Eterno é o Criador do Universo e que completou Seu trabalho no sétimo dia. Nós, entretanto, devemos abster-nos de todo trabalho criativo no sábado para demonstrar que não somos donos deste mundo, mas somente servidores de Deus para cumprir Seus mandamentos.” (Torá, a Lei de Moisés, Ed. Sêfer, pgs. 4 e 5). 


O homem passa a vida sem ter tempo para pensar nas coisas espirituais mais profundas. Pensa ansiosamente no futuro e esquece-se do presente, não vivendo nem o presente e nem o futuro. Vive e esquece o porquê da vida, por que vivemos e para quem vivemos. O shabat é a resposta do ETERNO para este problema: devemos santificar um dia para ELOHIM, abdicando-nos das atividades seculares para desfrutar de um encontro especial com o Pai. O shabat (sábado) é o dia da harmonia completa entre o homem e YHWH. No dizer de Erich Fromm, ao não trabalhar, “o homem está livre das correntes do tempo”.

Com base no citado texto de Bereshit/Gênesis, certifica-se que o shabat (sábado) não é um dia “somente para os judeus”, como pensam os incautos, mas sim um dia que deve ser santificado por todo homem, visto que Adam (Adão) e Havá (Eva) já conheciam a importância do dia santo.

Posteriormente, o ETERNO entregou a Moshé (Moisés) as Asseret HaDibrot (“Dez Palavras” ou “Dez Mandamentos”), incluindo o shabat (sábado) nas tábuas entregues a Moshé, erigindo-se o shabat como o quarto mandamento.

Por incrível que pareça, muitos cristãos não sabem que o shabat é o quarto mandamento, lembrando-se que as duas tábuas dadas a Moshé (Moisés) foram escritas pelo dedo do próprio ETERNO (Shemot/Êxodo 31:18 e 32:16), ou seja, os “Dez Mandamentos” não são preceitos de criação humana, mas sim mandamentos outorgados por ELOHIM. 

“Lembra-te do dia do shabat [sábado], para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o shabat [sábado] de YHWH teu Elohim; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez YHWH os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou YHWH o dia de shabat [sábado], e o santificou”. (Shemot/Êxodo 20:8-11).

“Guarda o dia de shabat [sábado], para o santificar, como te ordenou YHWH teu Elohim.Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho. Mas o sétimo dia é o shabat [sábado] de YHWH teu Elohim; não farás nenhum trabalho nele, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o estrangeiro que está dentro de tuas portas; para que o teu servo e a tua serva descansem como tu; Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito, e que YHWH teu Elohim te tirou dali com mão forte e braço estendido; por isso YHWH teu Elohim te ordenou que guardasses o dia de shabat [sábado].” (Devarim/Deuteronômio 5:12-15).

Há de se compreender que o ETERNO abençoou o dia de shabat e determinou que o homem não fizesse nenhum tipo de trabalho secular neste dia, consagrando-o a ELOHIM. Ora, se o shabat (sábado) faz parte dos “Dez Mandamentos”, então, conclui-se que é inconcebível que os cristãos substituam o sábado pelo domingo. Nenhum homem tem o direito de “apagar” um dos mandamentos.

Na prática, o Cristianismo vive de uma grande hipocrisia, porque ensina que existem “Dez Mandamentos” quando, em verdade, não cumpre o quarto: o shabat.

Releva registrar que as Asseret HaDibrot (“Dez Palavras” ou “Dez Mandamentos”) representam os princípios ético-morais mais elevados proclamados pelo ETERNO e escritos pelo “dedo de ELOHIM” (Shemot/Êxodo 31:18 e 32:16):

1 – Eu sou YHWH, teu ELOHIM, que te tirei do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim;
2 – Não farás para ti imagem de escultura;
3 – Não tomarás o nome de YHWH em vão;
4 – Guarde o dia de shabat [sábado], para torná-lo sagrado, como YHWH, seu ELOHIM, ordenou a você (Devarim/Deuteronômio 5:12);
5- Honra a teu pai e a tua mãe;
6 – Não assassinarás;
7 – Não adulterarás;
8 – Não furtarás;
9 – Não dirás falsidade contra o teu próximo;
10 – Não cobiçarás a mulher de teu próximo... nem coisa alguma do teu próximo. (Veja na íntegra Shemot/Êxodo 20 e Devarim/Deuteronômio 5)

Se, biblicamente, é errado matar, roubar, adulterar e ser idólatra, consequentemente, também será errado “passar a borracha” no shabat e em seu lugar escrever “domingo”. Pense, querido leitor: ou alguém é servo do ETERNO e escolhe obedecer a todos os Dez Mandamentos, ou a pessoa opta por ser ímpio e arbitrariamente escolhe qual mandamento quer obedecer.

Certa feita, um homem mandou um e-mail para uma senhora evangélica contendo a divulgação da imagem de uma “entidade espiritual”. A fervorosa evangélica respondeu ao homem dizendo: “Eu não aceito me curvar para ‘santos de macumba’ porque os Dez Mandamentos proíbem a idolatria”. Todavia, a filha da evangélica falou para sua própria genitora: “Mãe, você está criticando o homem por ser idólatra, porém, você profana o sábado e o substitui pelo domingo. Na verdade, tanto você quanto o idólatra estão na mesma situação. Ele (o idólatra) descumpre o primeiro dos Dez Mandamentos, você, mãe, descumpre o quarto”.

Esta história bem retrata a situação dos evangélicos hoje: escolhem arbitrariamente o que querem obedecer. Leem a Bíblia, mas “pulam” a leitura de textos que são contrários aos seus próprios interesses.

O preceito de guardar o shabat é tão importante que, além de constar nas tábuas dos “Dez Mandamentos” (Ex 20:8-11 e Dt 5:12-15), o ETERNO o repetiu várias vezes:

“Cada um de vocês reverenciará seu pai e sua mãe; e vocês guardarão meus shabatot [sábados]; eu sou YHWH, o Elohim de vocês.” (Vayikrá/Levítico 19:3).

“Guardem meus shabatot [sábados] e reverenciem meu santuário; eu sou YHWH.” (Vayikrá/Levítico 19:30).

“Trabalhem durante seis dias; mas o sétimo dia é um shabat (sábado) de descanso absoluto, uma convocação sagrada; não realizem nenhum tipo de trabalho; é um shabat [sábado] para YWHW, mesmo em seus lares.” (Vayikrá/Levítico 23:3).

A violação do shabat é considerada um pecado gravíssimo diante dos olhos do ETERNO:

“Portanto, guardem meu shabat [sábado], pois ele foi separado para vocês. Quem os tratar como algo comum deve ser executado, pois quem realizar algum tipo de trabalho nele deverá ser eliminado do povo. Realizem seu trabalho em seis dias, mas o sétimo dia é shabat, para descanso absoluto, separado para YWHW. Quem realizar qualquer trabalho no dia do shabat [sábado] será executado.” (Shemot/Êxodo 31:14-15).

Interessante observar no texto acima que a profanação do shabat implica em pena de morte, equiparando-se às penas do homicídio, idolatria e adultério, também puníveis com a morte. Assim, se a pena é proporcional ao ato praticado, fácil concluir que a violação do shabat é reputada como ato abominável para ELOHIM. Muitas pessoas que se dizem cristãs conhecem a verdade e profanam o shabat sem nenhum peso na consciência, o que denota falta de temor ao ETERNO. Quem teme, obedece!

Eis o que aconteceu com alguém que ousou profanar o shabat: 
“Estando, pois, os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia de shabat [sábado]. E os que o acharam apanhando lenha o trouxeram a Moshé [Moisés] e a Aharon [Arão], e a toda a congregação.E o puseram em guarda; porquanto ainda não estava declarado o que se lhe devia fazer. Disse, pois, YHWH a Moisés: Certamente morrerá aquele homem; toda a congregação o apedrejará fora do arraial. Então toda a congregação o tirou para fora do arraial, e o apedrejaram, e morreu, como YHWH ordenara a Moshé [Moisés]”. (Bemidbar/Números 15:32-36).

Muitas pessoas dizem: “eu violo o sábado e não acontece nada comigo, já que não sou executado pelo SENHOR”. Ora, atualmente vivemos em uma sociedade com inúmeros idólatras e estes também não estão sendo executados. Então, será que o ETERNO se agrada da idolatria? É claro que não! Em verdade, todos nós seremos julgados por YHWH em um futuro Tribunal, razão pela qual devemos obedecer às leis celestiais para que não sejamos punidos pela transgressão.

Por oportuno, vale citar alguns preciosos textos escritos por Nechemyah (Neemias):

“E o teu santo shabat [sábado] lhes fizeste conhecer; e mandamentos, leis e a Torá lhes mandaste pelo ministério de Moshé (Moisés), teu servo.”
(Nechemyah/Neemias 9:14)

“E que, trazendo os povos da terra no dia de shabat [sábado] qualquer mercadoria, e qualquer grão para venderem, nada compraríamos deles no shabat [sábado], nem em outro dia sagrado; e no sétimo ano deixaríamos descansar a terra, e perdoaríamos toda e qualquer cobrança.” (Nechemyah/Neemias 10:31).

Vejamos o contexto histórico das passagens citadas. Foi escrito o livro de Nechemyah (Neemias) durante o período em que a Casa de Yehudá (Judá) voltou do cativeiro babilônico, sendo da sabença de todos que o povo foi levado ao cativeiro em razão da desobediência à Torá dada pelo ETERNO. Após voltarem do exílio babilônico, Nechemyah foi um dos grandes responsáveis pela restauração espiritual do povo, levando-o à observância da Torá. Sabendo-se que o shabat é um mandamento importantíssimo, os dois versículos citados demonstram que os homens tementes ao ETERNO iriam guardar o shabat como dia santo e não realizariam nenhum tipo de comércio neste dia. Por outro lado, os ímpios são aqueles que justamente violam o mandamento do shabat, o que causou profunda revolta a Nechemyah (Neemias):

“Naqueles dias vi em Yehudá (Judá) os que pisavam lagares no shabat [sábado] e traziam feixes que carregavam sobre os jumentos; como também vinho, uvas e figos, e toda a espécie de cargas, que traziam a Yerushalayim [Jerusalém] no dia de shabat [sábado]; e protestei contra eles no dia em que vendiam mantimentos

Também habitavam em Yerushalayim [Jerusalém] pessoas de Tzor que traziam peixe e toda a mercadoria, que vendiam no shabat [sábado] aos filhos de Yehudá [Judá], e em Yerushalayim [Jerusalém].

E contendí com os nobres de Yehudá [Judá], e lhes disse: Que mal é este que fazeis, profanando o dia de shabat? (Nechemyah/Neemias 13:15-17).

De acordo com o pensamento de Nechemyah (Neemias), acima exposto, a profanação do shabat é um grande mal, isto é, um pecado terrível.

Doravante, será bosquejada uma visão panorâmica acerca de algumas características do shabat.

O ETERNO determina a abstenção de atividades seculares no shabat:
 
“Assim diz YHWH: Guardai as vossas almas, e não tragais cargas no dia de shabat [sábado], nem as introduzais pelas portas de Jerusalém” (Yirmeyahu/Jeremias 17:21).

“Guarda o dia de shabat [sábado], para o santificar, como te ordenou YHWH teu Elohim. Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho. Mas o sétimo dia é o shabat [sábado] de YHWH teu Elohim; não farás nenhum trabalho nele, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o estrangeiro que está dentro de tuas portas; para que o teu servo e a tua serva descansem como tu; Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito, e que YHWH teu Elohim te tirou dali com mão forte e braço estendido; por isso YHWH teu Elohim te ordenou que guardasses o dia de shabat [sábado]” (Devarim/Deuteronômio 5:12-15).

Ordena o ETERNO que o shabat (sábado) é o dia sagrado de especial adoração:

“E o povo da terra adorará à entrada da mesma porta, nos shabatot [sábados] e nas luas novas, diante de YHWH.” (Yechezk’el/Ezequiel 46:3)

Promete o ETERNO que será bem-aventurado o homem que não profana o shabat (sábado):

“Bem-aventurado o homem que fizer isto, e o filho do homem que lançar mão disto; que se guarda de profanar o shabat [sábado], e guarda a sua mão de fazer algum mal.” (Yeshayahu/Isaías 56:2).

Aquele que se delicia no shabat (sábado) será exaltado e será recompensado pelo ETERNO:

“Se desviares o teu pé do shabat [sábado], de fazeres a tua vontade no meu santo dia, e chamares ao shabat [sábado] deleitoso, e o santo dia de YWHW, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falares as tuas próprias palavras, Então te deleitarás em YWHW, e te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Ya’akov [Jacó]; porque a boca de YHWH o disse.” (Yeshayahu/Isaías 58:13-14)

Deve o povo de Israel guardar o shabat como sinal de aliança eterna:

“Seis dias se trabalhará, porém o sétimo dia é o shabat [sábado] do descanso, santo a YHWH; qualquer que no dia do shabat [sábado] fizer algum trabalho, certamente morrerá. Guardarão, pois, o shabat [sábado] os filhos de Israel, celebrando nas suas gerações por aliança eterna. Entre mim e os filhos de Israel será um sinal eterno; porque em seis dias fez YHWH os céus e a terra, e ao sétimo dia descansou, e restaurou-se.” (Shemot/Êxodo 31:15-17)

O shabat deve ser guardado tanto pelo povo de Israel quanto pelos gentios tementes ao ETERNO:

“Lembra-te do dia do shabat [sábado], para o santificar Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra.Mas o sétimo dia é o shabat [sábado] de YHWH teu Elohim; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu ESTRANGEIRO [GENTIO], que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez YHWH os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou YHWH o dia de shabat [sábado], e o santificou.” (Shemot/Êxodo 20:8-11).
 
Fez questão o ETERNO de repetir que o gentio (estrangeiro) tem o dever de guardar o shabat:

“E aos filhos dos estrangeiros [gentios], que se unirem a YHWH, para o servirem, e para amarem o nome de YHWH, e para serem seus servos, todos os que guardarem o shabat [sábado], não o profanando, e os que abraçarem a minha aliança.” (Yeshayahu/Isaías 56:6).

Preste atenção no que foi dito no texto supracitado: o shabat é um sinal da aliança entre o ETERNO e seu povo, razão pela qual tanto os israelitas quanto os gentios que amam o Nome de YHWH deverão guardar o dia sagrado.

Os gentios que guardam o shabat serão muitíssimo abençoados:

“Que nenhum estrangeiro que se disponha a unir-se a YHWH venha a dizer: “É certo que YHWH me excluirá do seu povo”. E que nenhum eunuco se queixe: “Não passo de uma árvore seca”.

Pois assim diz YHWH: Aos eunucos que guardarem os MEUS SHABATOT [SÁBADOS], que escolherem o que me Estes “enunucos” provinham de nações estrangeiras, ou seja, eram gentios. agrada e se apegarem à minha aliança, a eles darei, dentro de meu templo e dos seus muros, um memorial e um nome melhor do que filhos e filhas, um nome eterno, que não será eliminado.

E os estrangeiros [gentios] que se unirem a YHWH para servilo, para amarem o nome de YHWH e prestar-lhe culto, TODOS os que guardarem o SHABAT [SÁBADO] deixando de profaná-lo, e que se apegarem à minha aliança, esses eu trarei ao meu santo monte e lhes darei alegria em minha casa de oração.”
(Yeshayahu/Isaías 56:3-7)
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Já que a promessa do shabat (sábado) abençoa o homem, o ETERNO não pode modificá-la:“Não violarei a minha aliança nem modificarei as promessas dos meus lábios.” (Tehilim/Salmo 89:34).

O ETERNO não muda a Sua Palavra: “Porque eu, YHWH, não mudo...” (Mal’achi/Malaquias 3:6)

Quem guarda o shabat pratica um ato que serve de sinal da aliança feita com o ETERNO:

“E também lhes dei os meus shabatot [sábados], para que servissem de sinal entre mim e eles; para que soubessem que eu sou YHWH que os santifica.” (Yechezk’el/Ezequiel 20:12).

Os ímpios profanam o shabat e atraem para si a fúria do ETERNO:“As minhas coisas santas desprezaste, e os meus shabatot [sábados] profanaste.” (Yechezk’el/Ezequiel 22:8)

“Mas a casa de Israel se rebelou contra mim no deserto, não andando nos meus estatutos, e rejeitando os meus juízos, os quais, cumprindo-os, o homem viverá por eles; e profanaram grandemente os meus shabatot [sábados]; e eu disse que derramaria sobre eles a minha fúria no deserto, para os consumir.” (Yechezk’el/Ezequiel 20:13).

Aquele que viola o shabat está, em verdade, profanando o próprio ETERNO: “Os seus sacerdotes violentam a minha Torá [instrução/Lei], e profanam as minhas coisas santas; não fazem diferença entre o santo e o profano, nem discernem o impuro do puro; e de meus shabatot [sábados] escondem os seus olhos, e assim eu sou profanado no meio deles.” (Yechezk’el/Ezequiel 22:26).

Muitas pessoas conhecem o mandamento do shabat (sábado), mas preferem não ouvir a voz do ETERNO, endurecendo a cerviz:

“Assim diz YHWH: Guardai as vossas almas, e não tragais cargas no dia de shabat [sábado], nem as introduzais pelas portas de Yerushalayim [Jerusalém]; Nem tireis cargas de vossas casas no dia de shabat [sábado], nem façais obra alguma; antes santificai o dia de shabat [sábado], como eu ordenei a vossos pais.

Mas não escutaram, nem inclinaram os seus ouvidos; antes endureceram a sua cerviz, para não ouvirem, e para não receberem correção.”
(Yirmeyahu/Jeremias 17:21-23).

O shabat é o dia de adoração tão importante que não só nesta terra o justo deve guardá-lo, mas também quando houver a criação dos novos céus e da nova terra.

Yeshayahu (Isaías) descreveu em linguagem apocalíptica os novos céus e a nova terra e disse expressamente que “todos os seres vivos” irão adorar o ETERNO no shabat.Obviamente, se a criação dos novos céus e da nova terra se refere ao olam habá (mundo vindouro), então, irão adorar o ETERNO nos shabatot (sábados) apenas os salvos. Infere-se daí que o shabat é um sinal da aliança entre o ETERNO e seus fiéis a ser cumprido tanto nesta vida quanto na vida vindoura. Eis as passagens:

“Por isso, vejam! Crio novos céus e nova terra; as coisas passadas não serão lembradas, elas não mais virão à mente. Então fiquem felizes e alegrem-se para sempre com o que crio.

(...).

‘Com os novos céus e a nova terra que estou fazendo vocês continuarão na minha presença’, diz YWHW, ‘assim perdurarão seus descendentes e seu nome’.

‘A cada mês, na lua nova, e toda semana, no SHABAT [SÁBADO], todos os seres vivos virão adorar na minha presença’, diz YHWH.”
(Yeshayahu/Isaías 65:17-18 e 66:22-23).

Vê-se claramente que o shabat continuará sendo o dia do ETERNO após a criação dos novos céus e da nova terra. O domingo nunca foi, não é e nunca será o dia santificado para adoração. Se alguém acha que o domingo é o dia sagrado, então, deverá pensar que Yeshayahu (Isaías) mentiu ao escrever o texto supracitado, pois está claro como a luz do dia que o shabat permanece como dia separado até mesmo no mundo vindouro.

Que um ponto seja esclarecido: o homem pode adorar e cultuar o ETERNO durante toda a semana, inclusive no domingo, porém, existe um dia especial em que há ordem expressa para a abstenção de toda a atividade secular e consagração absoluta a YHWH: o shabat (sábado).

Importante frisar que, atualmente, as sociedades ocidentais seguem o calendário gregoriano, instituído pelo Papa Gregório XIII, no século XVI. Por este calendário, após a meia-noite de sexta, inicia-se o sábado. Porém, este não é o calendário bíblico instituído pelo ETERNO. À luz das Escrituras, o início de um novo dia se dá ao final da tarde, quando escurece. É o que consta do livro de Bereshit/Gênesis, ao relatar que, durante a obra de fundação do mundo, YHWH criou primeiro a tarde e depois a manhã: “e foi a tarde e a manhã” (Gn 1:4, 8, 13, 19, 23, 31).

Por conseguinte, o Judaísmo adota o calendário criado pelo ETERNO e, consequentemente, o shabat (sábado) é o período que vai do pôr do sol da sextafeira até o pôr do sol do sábado. Guarde esta informação acerca do período de duração do shabat, pois era assim que pensavam Yeshua e seus discípulos. 

III - YESHUA E O SHABAT

Yeshua HaMashiach guardava o shabat e nunca o violou. Prescrevem as Escrituras que era costume de Yeshua guardar o shabat: “Então, pela virtude da Ruach [Espírito], voltou Yeshua para a Galil [Galileia], e a sua fama correu por todas as terras em derredor. E ensinava nas suas sinagogas, e por todos era louvado.

“E, chegando a Natseret [Nazaré], onde fora criado, entrou num dia de SHABAT [SÁBADO], segundo o SEU COSTUME, na sinagoga, e levantou-se para ler.” (Lc 4: 14 a 16).

Por mais que isto doa em muitos ouvidos, mister se faz repetir as palavras do historiador Geza Vermes: “Jesus [Yeshua] foi judeu e não cristão” (Jesus e o Mundo do Judaísmo, pg. 11).

Como judeu, Yeshua frequentava sinagogas e não igrejas, quer seja pelo fato de estas não existem em sua época, quer seja pelo fato de que, ainda que existissem, Yeshua não iria compartilhar do paganismo instalado no Cristianismo. Como judeu, Yeshua guardava o shabat e, mesmo depois de sua morte, nunca ordenou que houvesse a alteração deste dia para o domingo.

Yeshua era chamado constantemente de rabi (Mt 23:8, 26:49; Lc 10:39 etc). Rabi significa professor, mestre, mas Literalmente rabi ( רבי ) quer dizer “Meu Mestre”, um título semita que mais tarde se tornou conhecido como rabino. Então, Yeshua foi um rabino, ideia compartilhada por Bultmann, ao afirmar que:

“[Yeshua] vive de fato como um rabino judaico. Como tal, ocupa seu espaço de professor na sinagoga. Reúne discípulos ao redor de si. Participa de discussões acerca das questões da Lei…

Ele discute com os rabinos judaicos, usa os métodos de argumentação, o mesmo estilo de discurso.”
(Bultmann, Jesus and the Word, p. 49).

Eis algumas passagens que comprovam que o rabino Yeshua guardava o shabat:

“E, partindo dali, chegou à sua pátria, e os seus discípulos o seguiram. E, chegando o shabat [sábado], começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se admiravam, dizendo: De onde lhe vêm estas coisas? E que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos?” (Mc 6:1 e 2 ).

“E aconteceu também noutro shabat [sábado], que entrou [Yeshua] na sinagoga, e estava ensinando; e havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada.” (Lc 6: 6).

“E [Yeshua] ensinava no shabat [sábado], numa das sinagogas.” (Lc 13:10).

Ora, se é verdade que os discípulos de Yeshua estudavam as Escrituras nos shabatot (sábados), nós, que cremos em Yeshua, devemos fazer o mesmo: guardar o dia sagrado.

Outra questão interessante: vimos que no Tanach (Primeiras Escrituras) a violação do shabat é considerada um pecado gravíssimo. Se Yeshua tivesse profanado o shabat, então, teria pecado. Porém, sabemos que Yeshua nunca pecou (Hb 4:15), razão pela qual se chega à conclusão óbvia de que nunca transgrediu o mandamento do shabat.

De forma equivocada, alguns cristãos acham que Yeshua profanou o shabat, porque realizou curas milagrosas neste dia e expulsou demônios (exemplos: Mt 12:9-14; Mc 3: 2-5; Lc 6: 6-11; Lc 13: 10-17; Lc 14: 1-6; Jo 7: 19-24).

Não existe nenhum mandamento nas Escrituras proibindo a realização de curas e a expulsão de demônios no shabat. Logo, se não há proibição, tais atividades são reputadas lícitas e não constituem, de maneira nenhuma, transgressão ao 4º mandamento.

Em muitos episódios, os p’rushim (fariseus) acusavam Yeshua de desrespeitar o shabat em razão das curas promovidas. Todavia, como já afirmado, não existe nada nas Escrituras proibindo a prática do bem. Pelo contrário, o ETERNO anseia que se faça o bem ao próximo, seja qual dia for.  

Os críticos de Yeshua levantaram a seguinte questão:

“É permitido curar no shabat?” (Mt 12:10).

Yeshua rebateu a acusação com uma pergunta retórica:

“É permitido, no shabat, fazer o bem ou fazer o mal, salvar a vida ou matar?” (Mc 3:4; Lc 6:9 e Lc 14:3).

Yeshua quis ensinar que não é permitido praticar o mal, nem ferir nem matar no shabat ou em qualquer outro dia. Deve-se enfatizar o ato positivo: fazer o bem, ou seja, salvar a vida.

Vale lembrar que no shabat não é permitida a realização de trabalho (Ex 20:8-11), porém, as curas promovidas por Yeshua não são consideradas “trabalho”, mas sim atos sobrenaturais. Cita-se o magistério do historiador Geza Vermes, Professor da Universidade de Oxford:“Resumindo, de acordo com as palavras colocadas por Mateus (12,12) nos lábios de Jesus [Yeshua], ‘É lícito praticar o bem no Shabat’. Todo o debate, entretanto, parece ser uma tempestade em copo de água já que nenhuma das curas de Jesus [Yeshua] demandava ‘trabalho’ mas eram operadas por meio de palavras ou, no máximo, pela imposição de mãos ou outro contato físico simples.” (Geza Vermes, A religião de Jesus, o Judeu, pg. 29).

Releva registrar que a tradição judaica interpreta corretamente as Escrituras no sentido de que é possível realizar trabalho no shabat para salvar vidas. Em outras palavras, existindo conflito entre o dever de guardar o shabat e o dever de salvar a vida, este último deve prevalecer, consoante afirma o Talmud:

“Consideração pela vida prevalece sobre o Shabat” (Yoma 85b).

Em Mekilta, rabi Natan afirma igualmente que a vida é superior ao shabat:

“Vede o que é dito, ‘Portanto, os filhos de Israel guardarão o Shabat e o observarão de geração a geração’ (Ex 31:16) – Um Shabat pode ser profanado para que se possa guardar muitos outros shabatot (sábados)”.

Os textos selecionados de Yoma e Mekilta são relevantes para se entender o pensamento de Yeshua no episódio em que seus discípulos (e não Yeshua) arrancaram espigas de milho e as comeram (Lc 6:1). O argumento de Yeshua (Lc 6:3-4) é de que a fome, que pode levar o homem à inanição e à morte, é reputada como perigo de vida, razão pela qual aliviar a fome é mais importante do que o shabat, tal como entenderam David e seus soldados famintos (1 Sm 21:1-7).

Yeshua afirmou que é o “Senhor do Shabat” (Mt 12:8). Se Yeshua é o Senhor, nós somos servos. Se o nosso Senhor obedeceu ao mandamento do shabat, nós também devemos obedecê-lo. Os servos não podem ser maiores que o Senhor!!!

Outro sentido da expressão “o Filho do Homem é Senhor até mesmo do Shabat” diz respeito ao fato de que o shabat foi criado para o homem, e não o contrário.

Como já explicitado no início deste estudo, o shabat foi instituído pelo ETERNO para o benefício do ser humano, e não para ser um jugo. Tal pensamento está em consonância com a diretriz talmúdica:

“O rabino Yonatan ben Yosef disse: ‘Pois ele [o Shabat] é santo para vós’ [Êxodo 31:14]. Ou seja, é posto em suas mãos, não vocês em suas mãos!” (Yoma 85b).

À guisa de conclusão deste tópico, ressalta-se que, à luz das Escrituras, Yeshua guardava o mandamento do shabat e nunca disse que este seria substituído pelo domingo.

IV - OS TALMIDIM E O SHABAT

No Cristianismo, há uma visão equivocada de que, após a morte de Yeshua, os talmidim (discípulos) deixaram de cumprir o preceito do shabat. Em verdade, como já afiançado, os discípulos observaram as regras do shabat enquanto Yeshua estava em seu meio. Mesmo após a morte e ressurreição do Mashiach (Messias), permaneceram seguindo o shabat, e não o domingo.

Logo após o sepultamento de Yeshua, as mulheres que o seguiam continuaram a guardar a norma sabática:

“E as mulheres, que tinham vindo com ele da Galil [Galileia], seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o seu corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos; e no SHABAT [SÁBADO] repousaram, CONFORME O MANDAMENTO.” (Lc 23: 55 e 56).

Lê-se na narrativa em referência que as mulheres seguidoras de Yeshua guardaram o shabat. Lucas, o autor do texto, escreveu “conforme o mandamento”, ou seja, considerava o shabat como o 4º mandamento. Lucas também escreveu Ma’assei Sh’lichim (Atos dos Emissários ou “Apóstolos”) muitos anos depois da morte e ressurreição de Yeshua. Em sua narrativa, continua afirmando que os talmidim (discípulos) guardavam o shabat:

“E, partindo de Pafos, Sha’ul [Paulo] e os que estavam com ele chegaram a Perge, da Panfília. Mas Yochanan [João], apartandose deles, voltou para Yerushalayim [Jerusalém]. E eles, saindo de Perge, chegaram a Antioquia, da Pisídia, e, entrando na sinagoga, num dia de shabat [sábado], assentaram-se.” (Ma’assei Sh’lichim/Atos 13: 14).

“E, despedida a sinagoga, muitos dos judeus e dos prosélitos religiosos seguiram Sha’ul [Paulo] e Bar Naba [Barnabé]; os quais, falando-lhes, os exortavam a que permanecessem na graça de Elohim. E no shabat [sábado] seguinte ajuntou-se quase toda a cidade para ouvir a palavra de Elohim.” (Ma’assei Sh’lichim/Atos 13:43-44).

“E no dia de shabat [sábado] saímos fora das portas, para a beira do rio, onde se costumava reunir um lugar de oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que ali se ajuntaram”. (Ma’assei Sh’lichim/Atos 16:13).

“E Sha’ul [Paulo], como tinha por costume, foi ter com eles; e por três shabatot [sábados] disputou com eles sobre as Escrituras.” (Ma’assei Sh’lichim/Atos 17:2).

Analise o último passuk (versículo) acima citado: Sha’ul (Paulo) tinha por costume se reunir no shabat para o estudo das Escrituras.

Sha’ul (Paulo) permaneceu em Corinto pregando em todos os shabatot (sábados) pelo período de um ano e meio, isto é, por aproximadamente (setenta) e oito sábados:

“Todo shabat, Sha’ul [Paulo] debatia na sinagoga, onde tentava convencer judeus e gregos.

(...).

Portanto, Sha’ul [Paulo] permaneceu ali durante um ano e meio, ensinando-lhes a palavra de Elohim.” (Ma’assei Sh’lichim/Atos 18:4 e 11).

Sabe-se que a comunidade dos talmidim (discípulos) se reunia todos os dias (At 2:46 e 5:42), porém, como visto nos textos transcritos, permanecia a guarda do shabat. Em outras palavras, alguém pode estudar as Escrituras, orar e cantar ao ETERNO ao longo de toda a semana, o que é plenamente louvável, porém, isto não afasta o dever de observância do shabat – o quarto mandamento.

Em Ma’assei Sh’lichim/Atos 15, havia certos judeus radicais que achavam incorretamente que a circuncisão era condição para a salvação daqueles que cressem em Yeshua:

“Vocês não podem ser salvos, a menos que se submetam à b’rit milá [circuncisão] da forma prescrita por Moshé [Moisés]” (At 15:1).

Houve, então, um debate acerca do que fazer com os gentios que se uniram aos sh’lichim (emissários/apóstolos), sendo certo que todos estes eram judeus. Percebe-se, pela narrativa de Atos 15, que os gentios foram agregados aos emissários judeus e viviam em conjunto como um só corpo. Ya’akov (Tiago), após argumentar que os gentios foram chamados pelo ETERNO, afirmou:

“Portanto, minha opinião é a de que não devemos pôr obstáculos no caminho dos gentios que estão se voltando para Elohim. Em vez disso, devemos escrever-lhes uma carta para informá-los de que se devem abster das coisas contaminadas por ídolos, da fornicação, do que foi estrangulado e do sangue. Porque, desde os tempos antigos, Moshé [Moisés] é anunciado em todas as cidades, e suas palavras são lidas nas sinagogas a cada SHABAT.” (Ma’assei Sh’lichim/Atos 15:19-21).

Ora, Ya’akov (Tiago) quis dizer que os gentios deveriam observar algumas regras mínimas (verso 20), porém, aos poucos poderiam ir aprendendo novos mandamentos contidos nas Escrituras, uma vez que as palavras do ETERNO “são lidas nas sinagogas a cada shabat”. Note o relevante detalhe: os gentios iriam aprender sobre os mandamentos do ETERNO: 1) nas sinagogas e 2) no shabat. Vê-se que Ya’akov (Tiago), irmão do Senhor Yeshua, endossou o cumprimento do shabat. Enxerga-se ainda que, até então, o ensino das Escrituras era realizado nas sinagogas, e não nas Igrejas. 

Ensina o aramaicista e pesquisador Andrew Gabriel Roth que na comunidade de Atos os discípulos se reuniam nas sinagogas e observavam o shabat.

Posteriormente, houve a herética substituição do sábado para o domingo; e a sinagoga, local por excelência de reunião dos discípulos de Yeshua, foi substituída pela “Igreja”. Eis os comentários de Andrew Gabriel Roth acerca de Atos 15: “Os gentios convertidos estão observando shabat e aprendendo a Torá em um só corpo com os judeus. Pouco tempo depois, Marcião, chamado por Policarpo de ‘primogênito de Satanás’, constrói a primeira igreja gentílica para promover o cristo-paganismo. Marcião realizava os serviços de culto no domingo, que fundia a cultura de Zeus (o deus sol) e projetava uma híbrida identidade Je-ZEUS em oposição ao Mashiach [Messias] judeu.” (Aramaic English New Testament, comentário sobre Atos 15, nota 143).

Cumpre esclarecer que Policarpo, acima citado, foi discípulo de Yochanan (João). Por sua vez, Marcião, um dos fundadores da instituição “Igreja”, afirmava que existiam dois deuses no Universo que lutavam entre si (um Deus mal, que seria o Deus dos judeus que se manifestou no “Antigo Testamento”, e um Deus bom, que apareceu aos homens no “Novo Testamento”). Marcião propôs um sistema divino dualista, incorporando em sua teologia o pensamento gnóstico. Pelo exposto, depreende-se com nitidez vítrea que o culto no domingo difundido por Marcião tinha por objetivo a adoração do “deus sol”, o que sempre foi abominável aos verdadeiros discípulos de Yeshua, que creem que o ETERNO é UM, e estabeleceu o shabat (sábado) e não o domingo como dia de observância. Eis a razão porque Policarpo, discípulo de Yochanan (João), chama Marcião de “primogênito de Satanás”.

James Caroll, pesquisador da Harvard University, atesta que os discípulos de Yeshua continuaram a obedecer à norma do shabat até o século IV, quando então se institucionalizou a Igreja Católica Romana por ordem do “convertido” Imperador Constantino, in verbis:

“Durante séculos, a celebração da Páscoa pelos cristãos coincidiu exatamente com a Páscoa judaica, e sua observância do Sabá [descanso] continuou a ocorrer no sábado. Foram necessários a ordem de Constantino, já referida anteriormente, e decretos dos concílios da Igreja no século IV para estabelecer distinções nítidas entre as observâncias judaicas e cristãs.” (A Espada de Constantino, pg. 160). 

Em sentido idêntico, giza Jacob R. Marcus que os discípulos de Yeshua HaMashiach permaneceram guardando o shabat durante os primeiros séculos (The Jew in the Medieval World: A Source Book, pg. 103).

Epifânio, no século IV, escreveu sobre o grupo dos “nazarenos”, que eram os judeus que criam que Yeshua é o Mashiach (Messias). Relata Epifânio que os nazarenos guardavam regularmente o shabat (Panarion, 29).

Infelizmente, hoje em dia, muitos cristãos continuam negando o shabat (sábado) instituído pelo ETERNO, preferindo seguir o domingo, em obediência à doutrina do “primogênito de Satanás”.

Caro leitor, o ETERNO está lhe chamando para enxergar a verdade…

PARTE II  

V - FALSOS ARGUMENTOS A FAVOR DO DOMINGO

Analisaremos agora os argumentos daqueles que acham que o domingo é o dia de YHWH, rechaçando-os e evidenciando como são frágeis e desprovidos de fundamento escriturístico.

1ª Falsa Afirmativa: Yeshua ressuscitou no domingo.

Então, o shabat foi substituído pelo domingo Primus, destaca-se que NÃO existe nenhum texto na Bíblia dizendo: “o shabat (sábado) foi substituído pelo domingo em razão da ressurreição de Yeshua”.

Veremos mais adiante que quem substituiu “oficialmente” o shabat pelo domingo foi o Imperador Romano Constantino, que se “converteu” a Yeshua HaMashiach. Mesmo sendo “convertido”, Constantino matou a própria mulher e sua filha e frequentava os templos pagãos de adoração ao deus sol. Em verdade, tal Imperador sempre foi pagão e idólatra, substituindo o dia do ETERNO (shabat) pelo dia dedicado ao deus sol (domingo).

Ainda que Yeshua tivesse ressuscitado no domingo, as Escrituras não falam e nem autorizam a mudança do mandamento do shabat para o domingo.

Ademais, Yeshua não ressuscitou no domingo. Vejam como a teologia cristã é contraditória: afirma que Yeshua foi crucificado na sexta-feira e ressuscitou no domingo. Se isto fosse verdade, então, Yeshua HaMashiach teria mentido ao dizer que ficaria três dias e três noites no seio da terra, isto é, 72 horas (Mt 12: 39-40 ). Por quê?

De sexta a domingo temos apenas 48 horas (dois dias) e não 72 horas (três dias). Ou seja, Yeshua teria ficado apenas dois dias e duas noites (48 horas) no seio da terra, o que contraria a própria Bíblia. E mais: quando Miryiam (Maria) e Miryiam de Magdala (Maria Madalena) foram ao sepulcro no domingo, Yeshua já tinha ressuscitado (Mt 28:1).

Muitos acham que Yeshua ressuscitou no domingo por conta de traduções incorretas e tendenciosas do texto de Yochanan Marcus (João Marcos) em Mc 16:9.

Vejamos o que realmente diz este texto no aramaico, língua falada por Yeshua e por seus talmidim (discípulos):

בּשַׁפרָא דֵּין בּחַד בּשַׁבָּא קָם וֵאתחזִי לוּקדַם למַריַם
מַגדּלָיתָּא הָי דּשַׁבעָא שׁאִדִין אַפֵּק הוָא מֵנָה

Tradução de Yochanan Marcus/Marcos 16:9, diretamente do aramaico: 

“Na aurora do primeiro dia após o shabat, Ele [Yeshua] tinha ressuscitado e apareceu primeiramente para Miryam de Magdala,de quem tinha expulsado sete demônios”.


Verifique que o verso citado não diz que Yeshua ressuscitou no domingo, mas sim que no domingo Yeshua já tinha ressuscitado e encontrou Miryiam. Então, conclui-se que Yeshua ressuscitou antes daquele encontro que se deu na aurora do domingo.

Esta é uma das razões pela qual o ensino de que Yeshua foi executado na sexta-feira é falso. Se Yeshua tivesse realmente falecido às três horas da tarde da sextafeira e ressuscitado no início do domingo, então, teríamos menos de 48 horas (dois dias). Se Yeshua tivesse ressuscitado em menos de 48 horas (dois dias), consequentemente, ele não seria o Messias, porque teria mentido ao dizer que ficaria três dias e três noites no seio da terra (Mt 12: 39-40).

Conclusão: Yeshua é o Messias e sempre falou a verdade. Há inúmeros estudos de especialistas provando, à luz das Escrituras, que Yeshua foi crucificado na quarta-feira e ressuscitou no shabat (sábado), ou no final deste, durante a havdalá.

Muitas pessoas desconhecem que o sábado mencionado em Mc 15:42 não é o sétimo dia da semana, mas sim o feriado bíblico de Chag Matsot (“Festa dos Pães Ázimos”), que é considerado um dia de descanso e, por tal razão, também é chamado de shabat (sábado). Toda confusão a respeito do tema se deve ao fato de as pessoas desconhecerem o calendário bíblico-judaico do primeiro século, chegando a conclusões absurdas, tal como a de que Yeshua faleceu na sexta e ressuscitou no domingo (bem menos do que três dias).

2ª Falsa Afirmativa: os cristãos se reuniam no domingo, pois este é o dia de culto (At 20:7)

Muitos afirmam que guardam o domingo por conta de At 20:7. Caro leitor, leia todo o contexto de At 20: 7-9. Diz o texto (At 20: 8) que havia muitas lamparinas no local. Então, concluímos que se tratava de uma reunião à noite. Pois bem. De acordo com o calendário bíblico-judaico, o primeiro dia da semana começa no final da tarde, isto é, no início da noite (e não à meia-noite). Todo judeu sabe disto e devemos lembrar que Yeshua e todos os emissários (“apóstolos”) eram judeus e seguiam o calendário de acordo com as Escrituras, e não o moderno calendário gregoriano, ditado pelo Papa Gregório III. Então, o primeiro dia da semana (domingo) começa na noite do sábado gentio (para os judeus, já se trata de um novo dia, o domingo).

Conclusão: os discípulos estavam guardando o shabat (sábado) durante o dia inteiro. Quando começou a noite de sábado no calendário gentio, para os judeus aquele horário já era considerado “primeiro dia da semana”. Qualquer judeu que leia Atos 20:7-9 perceberá isto com muita facilidade, pois segue o calendário dado pelo ETERNO e não o calendário ocidental imposto pela Igreja Católica Romana.

De acordo com o calendário bíblico, até hoje adotado pelos judeus, o dia não começa após a meia-noite e sim no final da tarde, quando se escurece, ou seja, o início de um novo dia se dá pelo final da tarde. Para os ocidentais, isto soa estranho, porém, a própria Bíblia afirma que o início do dia se dá pela tarde: “e foi a tarde e a manhã” (Bereshit/Gênesis 1:4, 8, 13, 19, 23, 31).

O teólogo judeu David Stern afirma que a reunião mencionada em Atos 20:7 ocorreu no sábado à noite, pois uma “reunião noturna no sábado se encaixaria com mais naturalidade na observância judaica do Shabat” (Comentário Judaico do Novo Testamento Judaico, pg. 328).

O mesmo raciocínio se aplica ao texto de I Co 16: 1-2. Tendo em vista que os judeus cultuam o ETERNO no shabat, esperam o final deste dia (sábado à noite para o calendário gentio e “primeiro dia da semana” para os judeus) para coletar dinheiro aos pobres. Ou seja, os discípulos ficaram reunidos em culto durante todo o shabat e, ao final deste dia, ofertaram aos necessitados, pois então já era “o primeiro dia da semana”.

Na verdade, os discípulos de Yeshua se reuniam todos os dias (Atos 2: 46), mas guardavam o shabat (sábado) como o dia santificado pelo ETERNO, pois faz parte das Asseret HaDibrot (Dez Palavras ou “Dez Mandamentos”) – Devarim/Deuteronômio 5: 12-15. Assim, nas palavras do teólogo David Stern, uma comunidade pode escolher qualquer dia para prestar culto, “mas elementos de cultos específicos42 do Shabat deveriam ser incluídos apenas no Shabat (do pôr do sol da sexta-feira até o pôr do sol de sábado)” (ob.cit., pg. 531).

3ª Falsa Afirmativa: o shabat é um dia santo apenas para os judeus e não para os gentios

O ETERNO falou para Yeshayahu (Isaías) que o estrangeiro (gentio) deveria guardar o shabat. Vejam: não foi Yeshayahu (Isaías) quem disse, mas o próprio ETERNO:

“Que nenhum estrangeiro que se disponha a unir-se a YHWH venha a dizer: “É certo que YHWH me excluirá do seu povo”. E que nenhum eunuco se queixe: “Não passo de uma árvore seca”.

Pois assim diz YHWH:

“Aos eunucos que guardarem os MEUS SHABATOT [SÁBADOS], que escolherem o que me agrada e se apegarem à minha aliança, a eles darei, dentro de meu templo e dos seus muros, um memorial e um nome melhor do que filhos e filhas, um nome eterno, que não será eliminado.

E os estrangeiros [gentios] que se unirem a YHWH para servilo, para amarem o nome de YHWH e prestar-lhe culto, TODOS os que guardarem o SHABAT [SÁBADO] deixando de profaná-lo, e que se apegarem à minha aliança, esses eu trarei ao meu santo monte e lhes darei alegria em minha casa de oração.” (Yeshayahu/Isaías 56: 3-7).

Como vimos no texto acima, o ETERNO promete que o shabat também será para o gentio (estrangeiro). Aliás, não faria sentido que um dia fosse para o judeu (shabat) e outro dia (domingo) fosse para o gentio, uma vez que o ETERNO não faz acepção de pessoas e ambos se tornam um só povo por meio de fé em Yeshua HaMashiach.

Vejam: o shabat faz parte das Asseret HaDibrot (“Dez Mandamentos”) - Dt 5: 12-15. Faria sentido achar que os “Dez Mandamentos” são apenas para os judeus?

Será que o gentio pode matar, adulterar e ser idólatra? É claro que não!

Conclusão: os “Dez Mandamentos” são para os judeus e para os gentios. Se o shabat (sábado) é um dos 10 Mandamentos (Dt 5: 12-15), então, o gentio também deve guardá-lo, conforme vimos no citado texto de Yeshayahu (Isaías).

Todo cristão sabe que deve observar os Dez Mandamentos, porém, arbitrariamente, risca da Bíblia o quarto mandamento (a guarda do shabat). Faz sentido obedecer a 9 dos Dez Mandamentos e fechar os olhos para um deles?

4ª Falsa Afirmativa: Yeshua violou o shabat

Ensinam as doutrinas católica e evangélica que Yeshua violou o shabat e, portanto, este deixou de ser o dia santificado. Leciona-se erroneamente que Yeshua transgrediu o shabat, pois realizou muitas curas neste dia, bem como a expulsão de demônios (exemplos: Mc 3: 2-5; Lc 13: 10-17; Lc 14: 1-6; Jo 7: 19-24).

Ora, não há nenhum texto na Bíblia dizendo que é proibido curar enfermos e expulsar demônios no shabat. A Torá nunca disse que era proibido fazer o bem no shabat, como curar pessoas.

A Torá apenas determina que as pessoas se abstenham de realizar atividades seculares no shabat, como o comércio (Devarim/Deuteronômio 5:12-15). Se biblicamente o shabat é um dia para santificar ao ETERNO e realizar a sua obra, então, é e sempre foi lícito realizar o bem no shabat, como curar enfermos e expulsar demônios. Isto não significa transgredir o 4º mandamento.

Yeshua nunca disse: “eu profanei o shabat”. Os que disseram que Yeshua violou o shabat foram alguns dos p’rushim (fariseus) e nunca o próprio Mashiach (Messias) ou seus discípulos. Esses p’rushim (fariseus) merecem crédito? Acreditamos nos p’rushim (fariseus) ou em Yeshua? Infelizmente, parte da Igreja toma como verdade a alegação dos fariseus que Yeshua tanto criticou.

Vejamos outro importante ponto: pecado significa violar a Torá do ETERNO. O shabat faz parte da Torá, sendo um dos Dez Mandamentos (Dt 5:12-15). Conclusão: quem viola o shabat comete pecado, pois descumpre um dos preceitos. Ora, se Yeshua tivesse profanado o shabat, ele não seria o Messias, pois teria pecado, desobedecendo a um dos Dez Mandamentos. E, como é da sabença de todos, Yeshua não teve pecado, motivo pelo qual ele não transgrediu o 4º mandamento.

5ª Falsa Afirmativa: o shabat pode ser guardado em qualquer dia, inclusive no domingo

De acordo com as Escrituras, o shabat não se refere ao domingo (primeiro dia da semana), nem à segunda-feira (segundo dia), nem à terça-feira (terceiro) e assim sucessivamente. O shabat deve ser santificado apenas no sétimo dia (Shemot/Êxodo 20:10 e Devarim/Deuteronômio 5:14).

Logo, o ser humano não pode arbitrariamente mudar o dia específico determinado pelo ETERNO.

6ª Falsa Afirmativa: o apóstolo Paulo criticou a guarda do sábado em Gálatas 4:10-11

Já foi explicado que Sha’ul (Paulo) guardava o shabat regularmente, como era de seu costume (Ma’assei Sh’lichim/Atos 17:2). Por conseguinte, no texto de Galutyah/Gálatas 4:10-11, Sha’ul (Paulo) não estava criticando o dia instituído como santo pelo ETERNO. Aliás, Sh’aul não teria a audácia de contradizer um mandamento criado por ELOHIM, o Criador dos céus e da terra.

Em verdade, Sha’ul estava combatendo os dias especiais de adoração pagã.

Naquela cidade, havia rituais idólatras e inúmeros feriados ligados ao paganismo (“dias especiais”). Sh’aul condenou que os fiéis a Yeshua participassem daqueles eventos, tendo em vista que muitos dos recém-convertidos provinham de religiões idólatras.Seria o mesmo que condenar, atualmente, os “crentes” que participam do Carnaval e de outras festividades pagãs.


7ª Falsa Afirmativa: o apóstolo Paulo criticou a guarda do sábado em Romanos 14:5-6
Já foi asseverado que Sh’aul (Paulo) observava o mandamento do shabat (Ma’assei Sh’lichim/Atos 17:2), logo, não faria sentido que Sh’aul cumprisse o mandamento e contraditoriamente dissesse que “todos os dias são iguais”.

Basta ler todo o texto de Ruhomayah/Romanos 14 e se perceberá que o debate gira em torno da alimentação, e não do shabat. O foco do tema em discussão se refere ao jejum judaico realizado duas vezes por semana, às segundas e às quintasfeiras, conforme atestam o Talmud Bavli, Tratado de Ta’anit 12a , e o Didaquê 8:1 (vide também Lc 18:12 e Mc 2:18-20).

Aqueles que jejuavam duas vezes por semana estavam se julgando superiores àqueles que não realizavam tais jejuns às segundas e às quintas-feiras. Sha’ul (Paulo) entendeu que aquele que jejuava em dias específicos (segundas e quintas) não deveria criticar aqueles que não consideravam estes dias especiais e optavam por não jejuar ou por jejuar em quaisquer outros dias. Eis o motivo pelo qual escreveu:

“Uma pessoa considera alguns dias mais santos que os outros, ao passo que outra pessoa considera-os iguais. O importante é que cada pessoa esteja plenamente convencida.Quem considera um dia especial, o faz para honrar a Elohim.” (Rm 14:5-6).

Destarte, a discussão analisada nada tem que ver com o shabat. Aliás, Sha’ul não seria tolo para criticar o shabat, mandamento escrito pelo próprio dedo do ETERNO (Shemot/Êxodo 31:18 e 32:16 combinados com Shemot/Êxodo 20:8-11 e Devarim/Deuteronômio 5:12-15).

VI - PEQUENO HISTÓRICO DA SUBSTITUIÇÃO DO SHABAT

No século IV, o Império Romano estava muito fragmentado e uma instabilidade política o marcava, num ambiente de drástica crise interna. Em 285 D.C., Aurélio Valério Diocleciano, um general recém empossado ao trono imperial, inicia a reorganização do Império, dando origem ao chamado “governo dos tetrarcas”, ou seja, o império foi divido em quatro partes. A instituição da tetrarquia teve por objetivo resolver a crise existente no século III e recuperar a força do Império Romano.

Um dos quatro governantes se chamava Constâncio Cloro que, em 306 d.C, foi substituído por seu filho Constantino, que provavelmente tinha 18 anos. Constantino tinha uma forte ambição: unificar todo o Império Romano sob sua autoridade única. Para isso, precisava obter o apoio da sociedade romana, fragmentada por diversas religiões. Unificar todas as religiões em torno de sua pessoa seria uma estratégia eficaz para controlar e manipular as massas sociais, garantindo-se, pois, a almejada estabilidade política.

Antes de participar de uma batalha contra seu rival Maxêncio na Ponte Mílvia, perto de Roma, no ano de 312 D.C, afirmou Constantino que teve uma visão da cruz e ouviu uma voz lhe dizer: “in hoc signo vinces” (sob este signo vencerás).

Determinou Constantino que seus soldados pintassem a cruz em seus escudos, e conseguiu derrotar seus inimigos. Constantino começou a divulgar que “a vitória confirmou sua fé em Jesus Cristo”. Doravante, seus exércitos deveriam marchar tendo à frente o símbolo unificador da cruz.

Certos historiadores alegam que a suposta visão de Constantino não passou de uma farsa. Em verdade, já sabendo que tinha grandes chances de vencer a batalha, inventou que teve uma visão da cruz para incentivar seus soldados a crerem em algo sobrenatural, o que lhes daria mais ânimo e disposição no combate. Por outro lado, possuindo soldados com diferentes religiões, após a vitória obtida por meio de um “milagre”, todos os militares passaram a enxergar Constantino como uma “pessoa especial, o escolhido de Jesus Cristo como Imperador”.

Em 313 D.C, Constantino expediu o Édito de Milão, em que o Império Romano seria tolerante em relação a todos os credos religiosos, pondo-se fim às perseguições oficiais aos cristãos. Já no ano de 324 D.C, na batalha de Crisópolis, Constantino derrotou seu último rival, Licínio, e conseguiu finalmente o controle político único sobre todo o império romano. Constantino não obteve apenas a unidade política, mas também a unidade idológica em torno de si, visto que o Império deveria seguir o Cristianismo.

Constantino era adorador do “Deus Sol Invicto”, e grande parte dos historiadores assevera que, na realidade, nunca se converteu, mas permaneceu praticando a religião pagã, sincretizando-a com o Cristianismo. Eis o que afirma a Wikipédia: “Mas apesar de seu batismo, há dúvidas se realmente ele se tornou cristão. A Enciclopédia Católica afirma: ‘Constantino favoreceu de modo igual ambas as religiões. Como sumo pontífice ele velou pela adoração pagã e protegeu seus direitos’. E a Enciclopédia Hídria observa: ‘Constantino nunca se tornou cristão’. No dia anterior ao da sua morte, Constantino fizera um sacrifício a Zeus, e até o último dia usou o título pagão de Sumo Pontífice.” (vide: http://pt.wikipedia.org/wiki/Constantino).

Tendo em visa que Constantino era adorador do deus sol, sendo que o dia de adoração pagã era o primeiro dia da semana (domingo), Constantino sacramentou o Venerabilis die Solis (Venerável dia do Sol) em 321 D.C, oficializando-se o domingo como dia sagrado. Eis o teor do Decreto de Constantino, publicado em sete de março do ano de 321 D.C, determinando o repouso no domingo em homenagem ao dia do deus sol: “Devem os magistrado e as pessoas residentes nas cidades repousar, e todas as oficinas serem fechadas no venerável dia do Sol...”

Sobre o assunto, escreveu o autor cristão Frank Viola: “Em 321 D.C., Constantino decretou o domingo como dia de descanso — um feriado legal. Parece que a intenção de Constantino era honrar ao deus Mitra, o Sol Invencível. Constantino descreveu o domingo como ‘o dia do sol’. Confirmando sua afinidade com a adoração do sol, as escavações de São Pedro de Roma descobriram um mosaico de Cristo como o Sol Invencível.” (Cristianismo Pagão, 2005, página 50).

Enquanto os discípulos de Yeshua guardavam o shabat (sábado), dia instituído pelo ETERNO, Constantino quis abolir o verdadeiro dia santo e substituí-lo pelo dia em que vários povos pagãos cultuavam o deus sol: o domingo. Lembra-se que os babilônios dedicavam o primeiro dia da semana (domingo) ao deus Chama (deus sol, o Senhor do culto solar), enquanto os assírios e os egípcios cultuavam no primeiro dia da semana (domingo) o deus Maior - o Sol (deus Rá).

Em 325 D.C, o Concílio de Niceia, presidido por Constantino, estabeleceu universalmente o primeiro dia da semana (domingo) como dia sagrado, com a finalidade de introduzir o povo pagão dentro desta nova religião, o Catolicismo Romano, unificando todas as religiões pagãs do Império que adoravam o deus Sol no domingo.

Mais uma vez se reporta à Wikipédia:

“O Imperador Constantino provocou uma divergência de opinião sobre a questão se deve ser o sábado ou o domingo o dia observado como dia de descanso. A divergência não se aplica aos judeus, para quem o dia de descanso (Shabat) é incontestavelmente no sábado, nem para os muçulmanos cujo dia sagrado (jumu'ah) é em uma sexta-feira. A divergência entre a tradicional observância religiosa judaica do Shabat [sábado] e ao respeito ao primeiro dia da semana aparece com o concílio de Nicéia (ano 325) pelo Imperador Constantino que impõe o domingo sobre o sábado, de modo a introduzir o povo pagão dentro dessa nova religião.” (consulte o sítio eletrônico: http://pt.wikipedia.org/wiki/Domingo).

Como acima transcrito, os judeus sempre guardaram o shabat, lembrando-se que Yeshua e seus discípulos eram todos judeus, e os gentios que reconheciam Yeshua como o Messias passaram a fazer parte do mesmo corpo. No texto acima, está claro que até o ano de 325 D.C os judeus (seguidores de Yeshua ou não) ainda guardavam o shabat. Eis o relator do historiador T.H. Morer:

“Os cristãos primitivos tinham grande veneração pelo sábado,e passavam este dia em devoção e em sermões. E isto não pode ser posto em dúvida, porque eles tiraram essa prática dos próprios Apóstolos, como se percebe em várias Escrituras sobre tal assunto.” (Dialogues on the Lord’s Day, London, 1701, pg.189).

No mencionado Concílio de Niceia, presidido pelo Imperador Constantino, não participaram os israelitas discípulos de Yeshua, conhecidos como netsarim (nazarenos), que foram rotulados de “apóstatas” pelo oficial Cristianismo gentílico (Catolicismo Romano).

Mesmo com a mudança do shabat para o domingo, os discípulos de Yeshua (judeus e gentios) e os judeus se recusaram a profanar o shabat. Por tal razão, em 336 D.C, o Catolicismo Romano promoveu o Concílio de Laodiceia, que reafirmou a guarda do domingo e abominou a observância do shabat (Cânon 29).

Não obstante, muitos judeus permaneceram firmes na Torá e em Yeshua, não se curvando ao mandamento da Igreja Católica. Escolheram obedecer ao ETERNO, guardando-se o shabat, em vez de se submeterem à lei dos homens.

Diante da resistência dos judeus, compreendendo-se tanto os fiéis a Yeshua quanto os que não o reconheceram como Messias, a Igreja Católica Romana investiu todas as suas forças para tentar anular o shabat:

a) Graciano, Valentiniano e Teodósio exigem que se façam negócios no sábado (386 D.C.), forçando o povo do ETERNO a cair em desobediência;

b) o Papa Inocêncio decreta que os cristãos deveriam guardar e jejuar no domingo (416 D.C.);

c) o Concílio de Orleans, promovido pela Igreja Católica, reforça o domingo (538 D.C.);

d) o Papa Gregório qualifica de Anticristo aquele que ensinasse a guarda do shabat (590 D.C ).

No ano de 590 D.C inaugurou-se um período de apostasia ainda maior. O Papa Gregório I, chamado de “o Grande”, declarou que o Império Romano era santo e desencadeou severa perseguição aos nazarenos, aos judeus e às comunidades cristãs que guardavam o shabat. Seria chamado de “anticristo” quem observasse o shabat, merecendo punição, podendo chegar à pena de morte. Alastrou-se fortemente a perseguição, e a Inquisição somente teve fim em 1850 D.C, ou seja, depois de 1260 anos.

Seriam necessárias páginas e mais páginas para se narrar as atrocidades que foram cometidas pela Igreja Católica. Todavia, este breve escorço já é o suficiente para demonstrar que a alteração do shabat para o domingo possui raízes malignas, cumprindo-se parcialmente a profecia de Dani’el acerca do AntiMashiach (Anticristo): “E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos [o shabat e demais festas bíblicas] e a Lei [a Torá]; e eles serão entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo.” (Dani’el 7:25).

VII - A IGREJA CATÓLICA CONFESSA O CRIME

Examinaremos, agora, que a Igreja Católica Romana confessa expressamente que alterou o shabat para o domingo, mesmo sabendo que biblicamente o shabat é o dia sagrado. Não afirma o Catolicismo que o domingo possui fundamento nas Escrituras, mas sim que a Igreja tem poder para alterar o dia santo, isto é, a autoridade do Papa é superior à autoridade da Bíblia.

Eis a Igreja Católica confessando o seu próprio delito: “A Igreja Católica... pela virtude de sua missão divina, alterou o sábado para o domingo.” (The Catholic Mirror, James Cardinal Gibbons, 1893).

Para o Catolicismo Romano, o shabat do ETERNO foi substituído pelo domingo da Igreja porque o Papa reina no lugar do Todo-Poderoso. Verifique a arrogância do Papa Leão XIII:

“Nós temos nesta Terra o lugar do Senhor Todo-Poderoso.” (Papa Leão XIII, em carta encíclica de junho de 1894).

Confira outras assertivas de autoridades da Igreja Católica: “É o sábado o sétimo dia de acordo com a Bíblia e os Dez Mandamentos? Eu respondo que sim. É o domingo o primeiro dia da semana e a Igreja mudou o sétimo dia, o sábado, para o domingo, o primeiro dia? Eu respondo que sim. Cristo mudou o dia? Eu respondo que não!” (James Cardinal Gibbons, Arcebispo de Baltimore, 1877-1921, em carta assinada).

Pergunta: Qual é o dia de shabat?

Resposta: O sábado é o dia de shabat.

Pergunta: Por que nós temos que observar o domingo no lugar do sábado?

Resposta: Nós observamos o domingo no lugar do sábado porque a Igreja Católica transferiu a solenidade do sábado para o domingo.” (The Converts Catechism of Catholic Doctrine, Peter Geiermann, pg. 50).

“Porém, deve-se ler a Bíblia de Gênesis a Apocalipse, e não se encontrará uma única linha autorizando a santificação do domingo. As Escrituras enfatizam a observância religiosa do sábado, dia que nós [católicos] nunca santificamos.” (The Faith of our Fathers, James Cardinal Gibbons, pg. 89).

Consoante a doutrina católica, todos os protestantes/evangélicos guardam o domingo porque estão sujeitos à autoridade do Papa:

“Fazemos bem em lembrar aos presbiterianos, batistas, metodistas e todos os demais cristãos que a Bíblia não os aprova em nenhum lugar na observância do domingo. O domingo é uma instituição da Igreja Católica Romana, e aqueles que observam este dia observam um mandamento da Igreja Católica.” (Priest Brady, em discurso publicando no Elizabeth, N. J. News, 18 de marco de 1903).

“Se os protestantes seguissem a Bíblia, adorariam a Deus no dia de sábado. Ao guardar o domingo, estão seguindo uma lei da Igreja Católica.” (Albert Smith, Chanceler da Arquiocese de Baltimore, em carta subscrita em 10 de fevereiro de 1920).

Curial citar outras declarações de autoridades do Catolicismo Romano:

“Pergunta: Você tem algum meio de provar que a Igreja tem poder para instituir festas por preceito [humano]?
Resposta: Se ela não tivesse esse poder, não poderia ter feito aquilo que todos os modernos religiosos concordam com ela; ela não poderia ter substituído a observância do sábado, sétimo dia da semana, para a observância do domingo, o primeiro dia da semana, uma mudança para a qual não há autoridade nas Escrituras.” (A Doctrinal Catechism, Stephen Keenan, 3ª edição, p. 174).

“Alguns teólogos têm sustentado que Deus determinou diretamente o domingo como dia de adoração na Nova Lei, e que Ele mesmo explicitamente substituiu o sábado para o domingo.Porém esta teoria, agora, está inteiramente abandonada. Agora, é comum se pensar que Deus simplesmente deu à Sua Igreja [Católica] o poder de anular qualquer dia ou dias que ela consideraria adequados como dias santos. A Igreja [Católica] escolheu o domingo, o primeiro dia da semana, e no decorrer do tempo acrescentou outros dias como dias sagrados.” (A Course in Religion for Catholic High Schools and Academies, John Laux,1936, vol. 1, pg. 51).

“Pergunta: Como você prova que a Igreja tem poder para determinar festas e dias santos?

Resposta. Pelo próprio ato da mudança do sábado para o domingo, o que os protestantes admitem e, portanto, eles afetuosamente se contradizem, mantendo rigorosamente o domingo, e violando a maioria das outras festas ordenadas pela mesma Igreja.” (Manual of Christian Doctrine, Daniel Ferres, 1916, pg.67).
Conforme os textos transcritos, todos emitidos por autoridades da Igreja Católica, confirma-se que o shabat é o dia santificado pelo ETERNO. Por outro lado, o domingo ingressou como dia sagrado por meio de determinação do Catolicismo Romano. Aqueles que não observam o shabat estão descumprindo o mandamento do ETERNO, encontrando-se subordinados ao poder do Papa.

Caro leitor, a quem você serve? A YHWH ou ao Papa?

VIII - PROTESTANTES QUE DESCOBRIRAM A VERDADE

Muitos protestantes sabem a verdade acerca do shabat e reconhecem que o domingo é uma farsa. O próprio “pai” do Protestantismo, Martinho Lutero, escreveu:

“A natureza exige que as pessoas e os animais descansem um dia por semana. Porém aquele que deseja fazer deste dia de repouso uma lei positiva, uma obra de Deus, deve adotar o sábado e não o domingo, pois o sábado foi determinado aos israelitas, e não o domingo.” (Luther, Tomo 3, pg. 643).

“Eles [os católicos] alegam que o sábado foi transferido para o domingo, o dia do Senhor, o que é contrário ao decálogo [os Dez Mandamentos],... não há qualquer exemplo maior de prepotência do que essa mudança do dia de descanso.Com isso, eles dizem que grande é o poder e a autoridade da Igreja [Católica Romana], pois ela dispensou um dos dez mandamentos.” (Confissão de Augsburg, Artigo 28, parágrafo 9).

Vejam que curioso: o “pai” da Reforma Protestante declara que a Igreja Católica Romana não poderia alterar um dos Dez Mandamentos, porém, o próprio protestantismo é fiel à Igreja Católica ao guardar o domingo.

Citar-se-ão, a título meramente exemplificativo, declarações de líderes protestantes que descobriram a verdade, apesar de muitos preferirem ficar no engano.

ANGLICANA/EPISCOPAL:

“Nós mudamos o sétimo dia para o primeiro dia, o sábado para o domingo, em razão da autoridade da santa Igreja Católica.” (Bispo Seymour, Why We Keep Sunday?).

BATISTA:

“Havia e há um mandamento para santificar o dia de shabat, mas o dia de shabat não era o domingo. Será dito, no entanto, e com alguma mostra de triunfo, que o shabat foi transferido do sétimo para o primeiro dia do semana [o domingo].... Onde o registro de tal mudança pode ser encontrado? Não no Novo Testamento, absolutamente não.
Para mim, parece inexplicável que Jesus, durante a relação de três anos com seus discípulos, muitas vezes conversando com eles sobre a questão do sábado, nunca aludiu a qualquer transferência do dia, também, durante os quarenta dias de sua ressurreição, nada sobre tal assunto foi determinado.
Claro, eu sei muito bem que o domingo veio a ser usado na história cristã. Mas que pena que vem marcado com a marca do paganismo e batizado com o nome do deus do sol, aprovado e sancionado pela apostasia papal, que o deixou como legado sagrado ao Protestantismo!” (Dr. Edward T. Hiscox, discurso lido na conferência de ministros em Nova York, 1893).

“Nunca houve qualquer formalidade ou autoridade para alterar o judaico shabat no sétimo dia para o primeiro dia cristão [o domingo].” (William Owen Carver, The Lord's Day in Our Day,p. 49).

CONGREGACIONAL:

“… o shabat cristão [domingo] não está nas Escrituras, e não era chamado de shabat pela Igreja primitiva.” (Timothy Dwight, Theology: Explained and Defended, 1823, Ser. 107, vol. 3, p.258).

LUTERANA:

“O dia do domingo, tal como as outras festas, sempre foi uma ordenança humana, e está fora das intenções dos apóstolos de estabelecerem uma ordenança divina a esse respeito, longe deles [dos apóstolos], e também longe da primitiva apostólica Igreja, para transferir as leis do shabat para o domingo.” (Dr. Augustus Neander, The History of the Christian Religion and Church, Henry John Rose, 1843, pg. 186).

METODISTA:

“A lei moral contida nos Dez Mandamentos e confirmada pelos profetas não foi anulada por ele [Cristo]. Cada parte dessa lei deve permanecer em vigor para toda a humanidade, e em todas as eras, não dependendo do tempo ou do lugar, ou de quaisquer outras circunstâncias que possam mudar.” (John Wesley, The Works of the Rev. John Wesley, A.M., John Emory, ed. New York: Eaton & Mains, Sermon 25,vol. 1, pg. 221).

PRESBITERIANA:

“O sábado é uma parte do decálogo - os Dez Mandamentos. Isso por si só sempre resolve a questão da perpetuidade da instituição .... Portanto, até que se possa mostrar que toda a lei moral foi revogada, o sábado vai permanecer .... O ensinamento de Cristo confirma a perpetuidade do sábado.” (T. C. Blake, D.D., Theology Condensed, pgs. 474 e 475).

Após a exposição de famosas autoridades de denominações protestantes, faz-se curial citar o pensamento do preclaro evangelista Dwight L. Moody: “O sábado foi obrigatório no Éden, e está em vigor desde então.

Este quarto mandamento começa com a palavra ‘lembrar’, mostrando que o sábado já existia quando Deus escreveu a lei em tábuas de pedra no Sinai. Como podem os homens alegar que este mandamento não se aplica quando admitem que os outros nove ainda estão em vigor?” (D. L. Moody, Weighed and Wanting, Fleming H. Revell Co.: New York, pg. 47 e 48).



PARTE 3

IX - CONCLUSÃO SOBRE O SHABAT

Para finalizar este capítulo, resumem-se os principais pontos abordados nas seguintes proposições objetivas:

1) o ETERNO abençoou o shabat, o sétimo dia (Gn 2:1-3);

2) o shabat é o 4º dos Dez Mandamentos (Ex 20:8-11 e Dt 5:12-15), sendo escrito pelo dedo do ETERNO (Ex 31:18 e 32:16);

3) a transgressão do shabat é considerada um grave pecado, cuja consequência é a morte (Ex 31:14-15 e Nm 15:32-36);

4) Nechemyah (Neemias) protestou contra aqueles que profanavam o shabat, pois considerava ímpios aqueles que não o guardavam (Ne 13:15-17);

5) o ETERNO ordenou a abstenção de atividades seculares no shabat (Jr 17:21 e Dt 5:12-15);

6) o shabat é o dia santificado para adoração (Ez 46:3);

7) bem-aventurado é o homem que não profana o shabat (Is 56:2);

8) quem guarda o shabat será recompensado pelo ETERNO (Is 58:13-14);

9) o shabat é sinal da aliança entre o ETERNO e seu povo (Ex 31:15-17 e Ez 20:12);

10) o gentio deve observar o shabat (Ex 20:8-11 e Is 56:3-7);

11) o ETERNO não muda Sua Palavra (Ml 3:6 e Sl 89:34);

12) os ímpios profanam o shabat (Ez 20:13 e 22:8);

13) quem profana o shabat profana o nome do ETERNO (Ez 22:26);

14) quando forem criados os novos céus e a nova terra, o homem continuará guardando o shabat (Is 65:17-18 e 66:22-23);

15) Yeshua observava o shabat (Lc 4:14-16; Mc 6:1-2; Lc 6:6 e Lc 13:10);

16) os discípulos de Yeshua e os emissários (apóstolos) guardavam o shabat (At 13:14, 43-44; 16:13; 17:2);

17) o Imperador Romano Constantino, pagão e idólatra, sacramentou o domingo como dia santo no lugar do shabat (321 D.C), em homenagem ao dia do deus sol. Constantino unificou o Império por meio da religião denominada Cristianismo,fundando o Catolicismo Romano;

18) mesmo com as ordens da Igreja Católica, os netsarim (nazarenos) e os cristãos que guardavam o shabat não se curvaram a Roma. Por tal razão, em 590 D.C, o Papa Gregório I chamou de “anticristo” quem observasse o shabat;

19) a Igreja Católica confessa que alterou o shabat para o domingo, porque, no dizer do Papa Leão XIII, age no “lugar do Senhor Todo-Poderoso”;

20) muitos protestantes reconhecem que o shabat é o dia instituído pelo ETERNO.



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“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, este é oque me ama, e aquele que me ama será amado de meu PAI e eu também o amarei e me manifestareia ELE.” 



João 14:21