DESCORTINANDO O PASSADO E VOLTANDO AO “CAMINHO” 


Nº 1 – Quem foram os primeiros, ditos, "crentes" ?

Crente (que crê, acredita, ou tem convicção)

Esta palavra provinda de um termo de origem latina credens (que crê) permeia o cotidiano social de nossos dias, mas sua origem fática representa a coluna vertebral da vida.

“Aquele que crer em mim, como diz a Kitvey Kadosh (Escrito Separado /Sagrado), do seu ventre fluirão rios de Mayim Chaim (águas vivas)”. (Yochanan/João 7:38)

E quem era Esse? Yahushua/Yeshua HaMashiach! [Nascido em uma das menores cidades do clã de Judá, Beith Lechem (Casa do Pão); do tronco de Jessé, da raiz de Davi]. Sobre Ele, dentre muitos outras passagens, registrou-se:

“YHWH, teu Elohim/D-us, levantará a ti um Navi/Profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a Ele tu escutarás” (Devarim/Deuteronômio 18:15). 

Portanto, àqueles que esperavam, tornaram-se testemunhas oculares desta promessa e, como tal, tiveram suas vidas transformadas. Mas quem eram eles? Existem evidências nas Escrituras? Vejamos:

- Maaseh Shilichim (Atos dos apóstolos) 9:1-2
- Maaseh Shilichim (Atos dos apóstolos) 24:5
- Maaseh Shilichim 
(Atos dos apóstolos) 24:14

“A História comprova que, no período do Segundo Templo, a religião judaica, com seus inúmeros grupos e subgrupos, era conhecida como Judaísmo (ex: Gl 1:13 e 14), e os seguidores (os crentes) de Yahushua eram chamados de “Netsarim/Nazarenos” (At 24:5), ou “do Caminho” (At 9:2, 24:5,14 e 19:9,23). Destes dados históricos e bíblicos, extrai-se o nome Judaísmo Nazareno, ou Judaísmo do Caminho.” (Derech, 2013)

Segundo Derech (2013), Judaísmo Nazareno, portanto, é um ramo do Judaísmo cujos ensinos, doutrinas e práticas foram vivenciados pelo Rabi Yahushua HaMashiach (O Messias) e seus primeiros Talmidim (Discípulos). O Salvador não veio para fundar uma nova religião, mas sim para restaurar, resgatar e salvar. Veio para pôr termo as distorções que haviam encoberto a verdadeira “Torah” (Instrução) durante séculos. 

Os que aderiram aos “do Caminho” só foram estereotipados de outra maneira na cidade de Antioquia, por volta de 40 a 60 D.C.(Pritz,1992), pela variante da palavra grega “Khristós” que significa “Ungido”. Esta palavra é uma tradução do termo hebraico “Mashiach”, transliterado em português como “Messias”. O texto em aramaico de Maaseh Shilichim(Atos) 11:25-26 é esclarecedor.

Ray A. Pritz, erudito da Universidade de Jerusalém, menciona que judeus e gentios crentes em Yahushua eram conhecidos como “Nazarenos” (Netsarim), e somente muito tempo depois houve uma distinção terminológica entre nazarenos e cristãos (Nazarene Jewish Christianity, The Magnes Press, The Hebrew University, 1992, páginas 15 a 17).

O Pesquisador e Aramaicista, Andrew Gabriel Roth, mencionou em seu livro Aramaic English New Testament, Netzari Press, 4ª edição, página 338:

“Os Shlichim/Apóstolos não chamavam a si próprios de ‘kristyane’ (cristãos). Os Shlichim eram membros do Caminho, designados de Netsarim (Atos 24:5, 12-14). Os gentios em Antioquia foram cunhados com a palavra ‘kristyane’, um termo grego para ‘messiânicos’.” 

David Stern também reconhece que a palavra “cristão” foi usada apenas para os crentes gentios, enquanto os judeus eram conhecidos como “do Caminho”:

“Penso que o nome ‘Chistianoi’ [cristãos] foi aplicado aos crentes gentios por não-crentes gentios. Por quê? Porque os cristãos judeus teriam designado seus irmãos gentios de fé pelo mesmo termo que usavam para designar a si mesmos: ‘povo que pertence aos do Caminho’.” (Comentário Judaico do Novo Testamento, editora Atos, 2008, página 291).

Em Maasseh Shilichim (atos) 15, há uma discussão acerca do relacionamento entre gentios e judeus. Na ocasião, Yaakov (Tiago) estabelece uma série de recomendações aos gentios.

Derech (2013) identifica três importantes dados:

1) judeus e gentios se reuniam em cada shabat (sábado);
2) eles estudavam a Lei (Torah) de Moshé/Moisés;
3) estavam reunidos nas sinagogas.

Estes três elementos indicam que judeus e gentios se voltavam para a prática da Torah!!! O “Cristianismo”, foi difundido por Inácio de Antioquia (o “Santo” Inácio católico).  

O pai da igreja Jerônimo (século IV) descreve a estes nazarenos como:

“os que aceitam o Messias, o fazem de tal maneira que não cessam de observar a Torah (Jerónimo; Sobre Isa. 8:14).

O pai da igreja do (século IV), Epifânio de Salamina, relatou:

“Mas estes sectários... não se chamavam de cristãos - mas de nazarenos... contudo, são simplesmente judeus completos. Eles não só usam o Novo Testamento como também o Antigo Testamento, como o fazem os judeus...

Eles não possuem diferentes ideias, mas confessam tudo exatamente como a Torá descreve e na forma judaica, exceto, porém, por sua crença no Messias. Pois eles reconhecem tanto a ressurreição dos mortos quanto a criação divina de todas as coisas; e declaram que Elohim é Um, e que o Seu Filho é Yahushua, O 
Messias. Eles são bem treinados no hebraico, pois dentre eles a Torá inteira, os Neviim (Profetas) e os Ketuvim (Escritos) são lidos em hebraico, como certamente o são entre os judeus. 

Eles são diferentes dos judeus, e diferentes dos cristãos, apenas no seguinte: Eles discordam dos judeus porque chegaram à fé no Messias; mas como eles ainda estão na Torá  (circuncisão, o Shabat e o restante)  eles não estão de acordo com os cristãos... eles não são nada mais do que judeus... Eles possuem as Boas Novas de acordo com Matitiyahu completamente em hebraico, pois está claro que eles ainda preservam-na no alfabeto hebraico, tal qual foram escritas originalmente.” (Epifânio; Panarion 29)

No século IV, estruturou-se o Cristianismo como religião oficial, por meio do Catolicismo Romano, ensejando perseguição a pessoas de outras crenças. Veja o que menciona João em seus escritos: I João 2:19

Originalmente, então, por evidências escriturais, a emanação da palavra “Crentes”, firma-se em um ponto de partida pouco conhecido pelas pessoas.

Sinergicamente, ela está para sua percepção como para o próprio desconhecimento do exercício primordial dela. Suas bases estão firmadas em um desencadeamento novelar surpreendente e bem distante de uma colcha de retalhos. Está em nossas mãos! Esteja, portanto, preparado para analisar criticamente suas crenças interiores. Aprender a fé Israelita nazarena (os “do Caminho”), implica em um retorno às origens (Teshuvah).

Belém-PA, 27/09/2019.

Estudo>Série Teshuvah (Retorno)

Documento Elaborado por Avner e Shaul, B’nei Ysrael.

Material de Apoio (Fontes Primárias):

- A Restauração das Escrituras: Ed. Verdadeiro Nome. 4Ed. Corrigida e Atualizada (2009). Rabbi Moshe Yoseph Koniuchowsky

- Judaísmo Nazareno: a religião de Yeshua e de seus talmidim (2013). Tsadok Ben Derech 



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E YHWH continua declarando: “Parai sobre os cruzamentos e observai; indagai pelos caminhos antigos, interrogai pelo bom Caminho! Agora, pois, caminhai por ele! Então alcançareis paz e descanso para vós...



Yirmiyahu (Jeremias) 6:16